Marinha do Brasil participa da Maior Operação Ribeirinha da América Latina

Os navios da Marinha do Brasil (MB) estão voltando de sua participação na “ACRUX XI”, a maior Operação Ribeirinha Combinada da América Latina. Esta operação ocorreu de 12 a 24 de julho e envolveu um exercício significativo entre as Forças Armadas de vários países sul-americanos. Além disso, a comissão, realizada a cada dois anos desde 2003, visa promover a interoperabilidade e o adestramento das forças navais da MB, da Armada Argentina, da Armada Oriental do Uruguai, da Marinha do Paraguai e da além da Armada Boliviana. Agora, os navios brasileiros estão retornando para Ladário (MS).

Participação Brasileira na ACRUX XI

Na 11ª edição da “ACRUX”, a Armada Argentina foi a anfitriã. Durante o evento, que ocorreu na região dos Rios Ibicuy e Mazaruca, situada na província de Entre Rios, a aproximadamente 190 quilômetros da Base Naval de Buenos Aires, foram reunidos navios, aeronaves e Fuzileiros Navais (FN) dos países participantes. A Marinha do Brasil, por sua vez, contribuiu com diversos meios navais, incluindo o Navio-Transporte Fluvial (NTrFlu) “Paraguassu”, o Navio de Apoio Logístico Fluvial “Potengi”, o Navio-Patrulha “Piratini” e o Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) “Tenente Maximiano”. Assim sendo, o Comando da Flotilha de Mato Grosso, subordinado ao Comando do 6º Distrito Naval, destacou um total de 245 militares, dos quais, especificamente, 58 eram Fuzileiros Navais.

Desafios e Aprendizados

O Capitão de Mar e Guerra Cezar Batista Cunha Santos liderou o Grupo-Tarefa de Assalto Ribeirinho Combinado da “ACRUX” a bordo do NTrFlu “Paraguassu”. Além disso, ele comentou sobre a operação: “Esta Operação, além de demonstrar a capacidade de mobilidade e permanência da nossa Instituição, proporcionou vários aprendizados. Enfrentamos desafios como logística para chegar a Buenos Aires, barreiras linguísticas, diferenças doutrinárias entre as Marinhas e temperaturas próximas a zero grau. Portanto, no geral, a ‘ACRUX’ foi extremamente positiva; trocamos experiências e cumprimos nossa missão com sucesso, e elevando nosso aprestamento.

Aperfeiçoamento dos Meios de Comando e Controle

Durante a operação, o Capitão de Mar e Guerra Cezar destacou o avanço na integração dos meios de comando e controle. Ele afirmou: “Utilizamos comunicações por rádio e satélite de forma integrada, o que facilitou a sincronização das ações em campo e a celeridade do fluxo das informações durante a incursão ribeirinha. Isso foi crucial para estabelecer e manter a consciência situacional e a segurança dos meios e tropas participantes.”

Operações Fluviais e Aeronavais

Nesse sentido, após as reuniões preliminares nas instalações da Escola de Ciências do Mar da Armada Argentina, os navios se deslocaram em formatura para a Área de Operações, rio acima do Rio Paraná, no dia 16 de julho. Em seguida, na Área de Operações, os 11 navios da Força-Tarefa Fluvial Combinada realizaram exercícios como formação de navios, controle de tráfego fluvial, defesa contra incursões subaquáticas, e manobras de içamento e arreamento de pequenas embarcações. As aeronaves da Armada da Argentina e do Uruguai realizaram patrulhas aéreas, apoio aéreo aproximado e vigilância, assim como reconhecimento das áreas fluviais e terrestres.

Emprego do Navio de Assistência Hospitalar

Durante os exercícios, o NAsH “Tenente Maximiano” prestou atendimento simulado para militares com fraturas, hipotermia e outras condições médicas. O Contra-Almirante Daniel Francisco Finardi, Comandante da Área Naval Fluvial e Chefe da Base Naval de Zárate, visitou os navios brasileiros na Área de Operações e destacou a importância do planejamento. Ele explicou: “Conduzir um exercício de grande envergadura exige uma preparação rigorosa. Operar em um ambiente fluvial apresenta riscos significativos e requer um planejamento meticuloso para garantir a segurança e realismo das atividades.”

Incursão Ribeirinha

Na noite do dia 16 de julho, inicialmente, a dinâmica para a ação foi coordenada na Base Naval de Zárate. Subsequentemente, a área de Mazaruca, na Argentina, foi escolhida para a incursão ribeirinha dos militares do Brasil, Uruguai e Argentina. Então, as tropas argentinas isolaram a área do objetivo com posições de bloqueio na noite do dia 18. Além disso, na manhã do dia 19, antes do nascer do sol, os Fuzileiros Navais do Brasil e do Uruguai realizaram a travessia até o local de desembarque no Rio Ibicuy. Após essa travessia, eles se deslocaram cerca de 8 km para realizar o assalto e a ocupação do objetivo. Finalmente, ocorreu a retirada das tropas e o retorno dos navios, finalizando assim a operação.

Preparativos para a Próxima Edição

A direção do exercício é realizada de forma rotativa entre os países participantes. Na cerimônia de encerramento da “ACRUX XI”, realizada no dia 23 de julho na Argentina, foi formalizado o compromisso da Marinha do Brasil para organizar a próxima edição, prevista para 2026. O Contra-Almirante Alexandre Amendoeira Nunes, Comandante do 6º Distrito Naval, destacou a importância de sediar a operação. “Nossa Marinha será uma excelente anfitriã na próxima edição. A experiência da edição XI certamente contribuirá para um planejamento e execução ainda mais bem-sucedidos”, afirmou.

A Operação “ACRUX XI” demonstrou a capacidade da Marinha do Brasil em coordenar e realizar operações de grande escala, promovendo a interoperabilidade e a cooperação entre as forças navais da América Latina. A experiência adquirida será valiosa para a próxima edição, que ocorrerá no Brasil em 2026.

Fonte e Imagens: Agência Marinha de Notícias

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