Na última segunda-feira, 5 de agosto, teve início a segunda turma do Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais da Marinha, realizada no Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (CIAMPA). Esse curso, com duração total de 19 semanas, marca um avanço significativo na inclusão de mulheres na Marinha.
O curso é estruturado em duas fases: as primeiras 9 semanas são em regime de internato, enquanto as últimas 10 semanas seguem o regime de semi-internato. Além disso, durante o treinamento, os alunos recebem instruções intensivas em diversas áreas, incluindo combate básico, treinamento físico militar, armamento, tiro e operações de fuzileiros navais.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
A Marinha destacou que o ingresso de mulheres na turma reforça seu compromisso com a inclusão. “A chegada de mulheres ao CIAMPA promove um ambiente mais inclusivo e proporciona uma formação de excelência”, afirmou a nota oficial.
Histórico e Adaptações no Corpo de Fuzileiros Navais
O marco da inclusão feminina na Marinha ocorreu em 5 de julho de 2024, quando a primeira turma de mulheres foi oficialmente formada como Soldados Fuzileiros Navais. Certamente, esse evento histórico foi o resultado de uma mudança significativa na política militar, permitindo que mulheres integrassem todos os corpos e quadros da Marinha.
Para acomodar a presença feminina, o Corpo de Fuzileiros Navais implementou diversas adaptações. Essas mudanças incluíram atualizações nos uniformes, coletes e armamentos, assim como a modernização dos alojamentos com reconhecimento facial. Essas modificações são parte do esforço contínuo para garantir que todos os integrantes possam servir com igualdade e eficácia.
O novo concurso para o Corpo de Fuzileiros Navais registrou um recorde de inscrições femininas, superando 5 mil candidaturas. Esse aumento no interesse demonstra um avanço significativo em termos de igualdade de gênero e abre novas oportunidades para mulheres nas Forças Armadas brasileiras.
Requisitos e Processo de Seleção
Para ingressar no Corpo de Fuzileiros Navais, os candidatos devem atender a requisitos específicos. A escolaridade mínima exigida é o nível médio completo ou em fase de conclusão. Além disso, os candidatos devem ter entre 18 e 22 anos até junho de 2025, ser brasileiros e não ter filhos ou dependentes. A altura mínima exigida é de 1,54 m e a máxima é de 2 m.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
O processo de seleção é rigoroso e inclui várias etapas. A primeira é uma prova escrita objetiva, que é eliminatória e classificatória. Os candidatos devem responder a 50 questões sobre português e matemática. Os aprovados na prova objetiva passam por fases adicionais, como por exemplo, o Procedimento de Heteroidentificação, Verificação de Dados Biográficos, Inspeção de Saúde, Teste de Aptidão Física e Avaliação Psicológica.
Entre os testes físicos, o Teste de Aptidão Física (TAF) exige desempenho em natação, corrida, flexões e abdominais. Para natação, os candidatos masculinos devem nadar 50 metros em até 1 minuto e 30 segundos, enquanto as candidatas têm um tempo limite de 2 minutos e 20 segundos. Na corrida, a meta é completar 3.200 metros em até 19 minutos e 30 segundos para homens e 21 minutos e 30 segundos para mulheres. As flexões e abdominais também têm padrões específicos, ajustados para cada gênero.
Avanços e Perspectivas Futuras
A presença crescente de mulheres na Marinha representa um avanço significativo para a igualdade de gênero nas Forças Armadas. Desde a autorização para mulheres na Escola Naval em 2014, até a aprovação para a linha de frente em 2019, a Marinha tem se esforçado para promover um ambiente inclusivo.
Com o aumento das inscrições femininas e as adaptações realizadas para integrar melhor as mulheres, o Corpo de Fuzileiros Navais está se preparando para um futuro mais diversificado e equitativo. Dessa forma, a participação das mulheres em todas as áreas da Marinha fortalece a capacidade da instituição e reflete um compromisso com a igualdade de oportunidades.
À medida que a nova turma de fuzileiros navais inicia seu treinamento, a Marinha continua a evoluir para refletir a diversidade da sociedade brasileira. O sucesso deste curso e a integração das mulheres nas forças armadas não apenas ampliam as oportunidades para todas as pessoas, mas também fortalecem a eficácia e a resiliência da Marinha do Brasil.
Com esses avanços, o Corpo de Fuzileiros Navais está pronto para enfrentar os desafios futuros com uma força de trabalho mais inclusiva e bem preparada. O impacto positivo dessas mudanças será sentido tanto dentro quanto fora das Forças Armadas, promovendo uma maior igualdade e eficiência na defesa do país.
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Por: Militar Caveira