Exército Brasileiro terá drones com mísseis até 2027

O Exército Brasileiro está dando um passo significativo na modernização de seu arsenal com a introdução dos drones Nauru 1000C, desenvolvidos pela empresa nacional XMobots. A iniciativa visa aprimorar a capacidade de vigilância e defesa nas fronteiras brasileiras, especialmente na região Amazônica. A decisão de incorporar esses drones ao arsenal reflete um compromisso com a inovação e a segurança nacional, e está alinhada com o planejamento estratégico do governo federal para reequipar as Forças Armadas.

Treinamento e capacidade

Recentemente, 21 militares brasileiros completaram um treinamento de nove meses para operar as aeronaves. Este grupo agora está apto a manusear os drones Nauru 1000C, que ajudarão na execução de missões táticas de vigilância, segurança e monitoramento de fronteiras. O treinamento intensivo é crucial, dado o nível de sofisticação e as capacidades avançadas dessas aeronaves.

O Nauru 1000C, uma tecnologia 100% nacional, é um drone de grande porte com uma envergadura de 7,7 metros e um comprimento de 2,9 metros. Capaz de atingir velocidades de até 110 km/h, o drone possui uma autonomia de voo de até 10 horas, o que lhe permite realizar missões prolongadas sem reabastecimento frequente. A propulsão híbrida, que combina combustão e eletricidade, contribui para a eficiência e versatilidade operacional do equipamento.

Uma das características mais notáveis do Nauru 1000C é sua capacidade de operar em condições adversas. O drone pode decolar e pousar verticalmente, graças aos seus oito motores com baterias independentes, o que facilita o uso em ambientes críticos e confinados. Com um peso máximo de decolagem de 150 kg, o equipamento foi projetado para missões que exigem diversas operações, suportando condições meteorológicas desafiadoras.

Mísseis Enforcer

O sistema entregue ao Exército Brasileiro inclui três drones Nauru, uma base móvel em solo montada dentro de um contêiner, e um conjunto de estações de controle de solo, estabilizadores e radares. Além disso, esse arranjo permite uma operação totalmente remota, com os controladores operando a partir de um contêiner equipado com câmeras e monitores que transmitem imagens em tempo real. Portanto, esse nível de controle remoto é essencial para garantir a segurança dos operadores e para melhorar a eficiência das missões.

Além das capacidades de vigilância e monitoramento, os drones Nauru 1000C são preparados para serem equipados com mísseis Enforcer, produzidos pela empresa europeia MBDA. Esses mísseis, que pesam cerca de 7 kg cada, são capazes de neutralizar alvos leves e ligeiramente blindados, incluindo veículos em movimento. Vale ressaltar que a parceria entre a XMOBOTS e a MBDA foi formalizada em um memorando de entendimento assinado em 2022. Assim, essa colaboração marca um avanço significativo na capacidade de combate do Exército Brasileiro.

O Exército Brasileiro recebeu os primeiros drones Nauru em uma cerimônia no hangar do 2º Batalhão de Aviação do Exército, em Taubaté, São Paulo. Durante o evento, o comandante militar do Sudeste e atual Comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, destacou a importância dessa nova tecnologia para as operações militares. Além disso, o general Paiva afirmou que a incorporação dos drones Nauru coloca o Exército Brasileiro em um novo patamar em termos de tecnologia, inteligência e aquisição de alvos. Consequentemente, isso beneficia significativamente as operações na faixa de fronteira, em ambientes urbanos e em operações convencionais.

Tecnologia e inovação

Conforme anunciado pelo presidente Lula no ano passado, a aquisição dos drones Nauru 1000C faz parte do plano de reequipamento das Forças Armadas. Além disso, este plano visa fortalecer a defesa nacional e impulsiona a economia através da infraestrutura para a montagem dos equipamentos e da criação de empregos.

Certamente, com a adoção dos drones Nauru 1000C, o Exército Brasileiro está se posicionando na vanguarda da tecnologia militar moderna. Essa iniciativa não apenas reforça a capacidade de defesa do país, mas também demonstra um compromisso com a inovação e a proteção das fronteiras nacionais. Em síntese, o impacto positivo dessa aquisição se estenderá além do âmbito militar, contribuindo para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil.

Por: Militar Caveira

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